30 de abril de 2009

DESPEDIDA...


Saístes cedo e eu ainda dormia....ouvi tua voz..te abençoei e voltei a dormir tranquila...Eis a despedida...:Ida sem xau...sem abraço...sem desejo de boa sorte...sem beijos...sem lágrimas....sem dor...Ida com alegria....com esperança...com lugar certo...com certeza de sucesso...com torcida...Ida sem volta...com volta...Sonhaste em ir...agora fostes...fostes embora e me deixou...partiu levando-me contigo...deixando-me para trás...levando meus conselhos...meus toques...minha certeza de que valeu a pena incentivar...torcer...rezar...impulsionar...acreditar...Agora o mundo está a seus pés...o sucesso a seu alcance...a vitória em suas mãos...Força e coragem sempre...cabeça erguida...humildade como palavra-chave...sucesso certo!!!
– Paula Ivony Laranjeira -


Dando xau a minha sobrinha que foi estudar fora...

25 de abril de 2009

Jaú dos bois e In Memoriam: uma ponte entre a memória e a morte

Jaú dos bois e In Memoriam: uma ponte entre a memória e a morte

Paula Ivony Laranjeira de Souza – Universidade do Estado da Bahia – UNEB

RESUMO:Em seus contos Aleilton Fonseca traz o passado de volta pra salva-lo do esquecimento. Há sempre um narrador trazendo imagens, experiências e vivencias de um momento que não voltará jamais, mas que repousa e se eterniza através da escrita. Porém o que mais chama a atenção em seus contos é a suavidade e a freqüência com que trata do tema morte, mostrando que ela convive conosco não como um fim, mas antes como uma condição, a fim de que a vida que passa se transforme em vida que não passa. Este trabalho pretende uma incursão pelos contos “Jaú dos bois” e “In memoriam”, abordando a temática morte e memória.

PALAVRA-CHAVE: Memória, Morte e Linguagem.



ENCONTRO DE LETRAS E ARTES: SUAS INTERFACES.UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB-CAMPUS VI; Cidade: Caetité-BA. 2007


18 de abril de 2009

Regras...




Por: Paula Ivony Laranjeira

Misto de desventura a perambular entre os recantos d’alma

Alojados, desolados, fixos num radical estático

Compõe meus prefixos e sufixos...

Triste menina solitária...

Envolta em meus pensamentos

sigo minha sina

Vagando entre as letras, frases aleatórias

Desconexas, dispersas...

Num jogo de inversos, complexos...

No olhar alegre, flutua a lágrima

Do descompasso da vida...

Dos sonhos outrora sonhados

Inicialmente acanhados, gigantescos agora...

“Quanto maior o homem, maior o tombo”.

O tombo do impossível ... agora realizado.

O conhecimento alcançado

O amor rechaçado

“O homem é do tamanho do seu sonho”

O sonho que um dia, ousado, bateu na porta,

Foi deveras conquistado.

Outros tristemente habitam o vácuo da alma

Numa sinfonia perfeita...

De regras gramaticais...

Sei lá...tava sozinha...saiu isso!!!

14 de abril de 2009

Língua Portuguesa: a língua de todos

“Embora a norma padrão, que preconiza o uso correto da língua já esteja se tornando um ideal fossilizado, persiste ela, contudo, não só na idealização de alguns segmentos da sociedade (...) mas em instâncias institucionalizadas, tais como, por exemplo, os variados concursos públicos, necessários a filtragem para mercado de trabalho e conseqüente ascensão social”(MATTOS E SILVA, 1998. p. 4 )

Ultimamente venho trabalhando com Língua Inglesa com alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio, e constantemente ouço pelos cantos da sala “Eu não sei falar nem português, e ela quer que eu aprenda inglês”. A expressão eu não sei falar português, é uma falsa verdade que caiu no senso comum, e por tal, está enraizada, especialmente, na vida dos alunos, que não dominam a norma padrão. Dissuadi-los dessa “verdade” tem sido uma tarefa árdua para professores engajados nas novas concepções lingüísticas, já que grande parte dos profissionais da sala de aula ainda crêem nesta assertiva.

Com base em Mattos e Silva (1998), é possível perceber que o grande problema se encontra na aplicabilidade da norma padrão, defendida por uma pequena minoria e ignorada por muitos falantes em nosso país. Um desses defensores é A. Niskier que questionado sobre os “erros” comuns na Língua Portuguesa, atesta “Erra-se tudo: concordância, regência, pontuação. Nunca vivemos um tempo tão penoso para a língua de Machado de Assis” (apud MATTOS E SILVA, 1998, p. 1) ou “(...) nunca se escreveu e falou tão mal a língua de Ruy Barbosa(...) a indigência vocabular tomou conta da juventude e dos não jovens assim (...)”(apud BAGNO, 2005, p. 21). O que Niskier quer é que a língua se torne estática, uma espécie de “igarapó”, mas o próprio Machado de Assis (1997, p. 27), se diz contrario, afirmando que:

Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidade dos uso e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos, é um erro igual ao de afirmar que sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influencia do povo e decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio e estilo e ganham direito de cidade.

Assim, o próprio Machado de Assis, tão usado como modelo na busca incessante de idealização da língua, surpreende ao defender como necessária e positiva, a mudança da mesma no tempo. É interessante observar que a língua a que o Sr. Niskier se refere, é uma língua utilizada por escritores do passado, elitizada. Em contrapartida, despreza a língua utilizada nas escolas, nas igrejas, nos barzinhos, nos estádios de futebol, nas fazendas, etc.

Sabe-se no entanto, que todo falante nativo de uma determinada língua, sabe usa-la, isto porque, domina as regras básicas de funcionamento da mesma. Assim, é possível perceber que o falante não usa a meninas dança funk, o mais comum é: as menina dança funk, que de acordo a norma padrão seria correto usar: as meninas dançam funk. Isto revela que, embora o falante não use todas as marcas de plural exigidas pela regra gramatical, ele utiliza o suficiente para pluralizar a frase e levar o seu interlocutor a compreender a informação que deseja transmitir. No entanto. De acordo a norma padrão, a falta de “todas” as marcas de plural leva o falante a incorrer em erro de concordância, sendo por isso estigmatizado e relegado para o nível de “não” falante do português.

Enquanto o português “correto” é falado por uma minoria social e economicamente “privilegiada”, há a outra parcela da população que se divide entre falantes da norma culta e falantes da norma vernácula, que por viver em constante interação, são vistos como caracterizadores da nossa sociedade. De acordo essa idéia, Mattos e Silva apresenta as idéias de Dante Lucchesi, que através de estudos sociolingüístico sobre concordância de número verbo-nominal e nominal mostra que na norma padrão as regras de concordância são categóricas. Na norma culta e na norma vernácula, existem variações, sendo que na norma culta, tem taxas baixas de não aplicação das regras, e a norma vernácula taxas baixas de não aplicação, enfatizando que na norma vernácula o uso varia ainda entre os que tem ou não orientação cultural.

Estas alterações acontecem devido a fatores históricos. Sabe-se que “nossa” língua recebeu influencia de outras línguas: africanas, indígenas, espanhola, francesa, entre outras. E é por razões históricas e culturais que a maioria das pessoas plenamente alfabetizadas não cultivam nem desenvolvem suas habilidades lingüísticas de acordo a norma padrão e/ou culta. Esse é um dos motivos pelos quais ler e escrever não fazem parte da cultura das nossas classes sócias alfabetizadas, como bem lembra, arcos Bagno(2005, p. 107). Com isso fica cada vez mais difícil alcançar o padrão exigido pelos árduos defensores da gramática normativa e da sua aplicação à linguagem cotidiana.

Tudo me leva a pensar nos estudantes, que desconhecendo as discussões em torno da língua, se acham na maioria da vezes, incapazes de aprender tal língua, a língua que falam. Isto porque, tentando manter o controle social, criam mitos e mitos para a nossa língua, dificultando o aprendizado. Esse ensino tradicional que em vez de deixar o falante se expressar livremente para depois “corrigir”, interrompe a expressão de muitos para corrigir os “erros”, levando muitos a se sentirem incompetentes. Desse ponto de vista o ensino que deveria servir para interação, funciona como um carrasco que impossibilita seus falantes de deter o saber, reservando-o a poucos, garantindo com isso, a permanência do poder nas mãos de uns poucos.

Referencia bibliográfica

(não disponível para esta publicação)



Esse texto foi produzido na academia, achei por bem apresentá-lo aqui, mesmo não tratando estritamente de literatura...espero que gostem.....Bjs

10 de abril de 2009

Buscando a Cristo


Gregório de Matos e Guerra

A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lagrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados,

A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me.

A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.



7 de abril de 2009

Aleilton Fonseca



Por Paula Ivony Laranjeira

Vive-se em uma sociedade onde há uma grande valorização do cânone literário, o que provoca uma indiferença para com autores e obras produzidos e lançados fora de um determinado eixo cultural. E quando são analisados servem de foco a questões regionais, de gênero e outras que salientam seu caráter minoritário. Este tem sido muitas vezes, o objetivo de estudo nos autores baianos. Sabe-se, entretanto, que a Bahia é um enorme celeiro cultural, e que como tal apresenta uma vasta gama literária. Assim, a literatura brasileira não pode ser descrita e compreendida sem a devida atenção à produção baiana, já que a mesma faz parte da história litero/cultural do país, trabalhando para a edificação de um estilo próprio, onde as várias tendências se misturam, onde clássico e pós-moderno não se excluem. De Gregório de Matos a João Ubaldo Ribeiro muitos nomes tem sido negligenciados pela historiografia e pela crítica.

Figura atualmente como nome de destaque Aleilton Fonseca, autor de vários livros, crítico e professor universitário, que vem mostrando paulatinamente a genialidade do baiano, muitas vezes, desvalorizado em seu próprio Estado. Com uma escrita simples e ao mesmo tempo regrada pelo primor estilístico, ele traz como temática constante a morte e a memória, que inseridas em narrativas do cotidiano, se tornam experiência para aquele que o ler.

Aleilton Fonseca mostra-se muito eclético em suas obras literárias, fato perceptível quando se observa o acervo de suas produções, o qual é composto por: Movimento de sondagem (poesia), O espelho da consciência (poesia), Teoria particular (mas nem tanto) do poema (poesia), Enredo romântico, musica no fundo (ensaio), Jaú dos bois e outros contos (contos), O canto de Alvorada (contos), O desterro dos mortos (contos) e recentemente Nhô Guimarães (romance) e As Forma do Barro e outros poemas (poesia). Co-organizou os livros Oitenta: Poesia e Prosa (1996), Rotas & Imagens: Literatura e Outras Viagens (2000) e O Triunfo de Sosígenes Costa (2004). Recebeu, entre outros, o Prêmio Nacional Herberto Sales (ALB-BA, 2001) e o Prêmio Marcos Almir Madeira (UBE-RJ, 2005).

"Motivo


calar é ceder à morte
sob o gume da automordaça

o grito é o sangue da vida,
dardo do espírito inquieto

por isso
(meu) grito!
júbilo ou/e dor

sei que eles despedaçam silêncios,
abarrotam vazios e conquistam rumos
que nunca seriam devassados
não fosse sua viagem no tempo

sobretudo
têm o condão de ressuscitar
fragmentos de mim
porventura tombados nalgum combate
oculto nas moitas do tempo"

- Aleilton Fonseca-


6 de abril de 2009

Pensar



Ando sem tempo...
Sem graça...
Não ando...
Estou parada!
Penso tanto,
Que já não sinto o pensar...
Pena!
Meu pensar mudo
Já não muda nada,
nada em um oceano
C-O-N-G-E-L-A-D-O
Gelado
congela
gela
Que lado?
o meu lado parado...
"E agora josé?"
dirás por acaso
Que "no meio do caminho tinha uma pedra"?
a pedra é de gelo
meu gelo.......................
D
e
r
r
e
t
e
.
.
.
O gelo derrete
vira àgua
vira lago
vira rio
vai pro mar
vira mar
OCEANO.
Grande oceano é o pensar!
meu pensar...meu tempo pra tudo...
pra tudo pensar!
Eu sei pensar
ar
meu oxigênio!
PENSAR!
TODO O TEMPO
nOsSa como tenho tempo para pensar!

- Paula Ivony Laranjeira-



Essa poesia é coisa de quem tem tempo e não tem talento...de quem tem invento....Será que isso é poesia? bem fui eu q fiz.....COMENTEM!......bjs