27 de abril de 2010

Teatro: reapresentação da peça Nhô Guimarães no Sesi em Salvador





Não deixem as noites de Quintas e sextas-feiras de maio sem uma boa programação. Vá ao teatro Sesi em Salvador ouvir os mais lindos "causos" do sertão com a peça Nhô Guimarães!

Convide os amigos e se renda aos encantos desta bela produção!

Além desta, outras peças teatrais podem adentrar as suas noites...confiram no cartaz!

15 de abril de 2010

O Pequeno Príncipe me disse



Dias atrás ganhei do amigo Clédson um lindo presente, o livro O Pequeno Príncipe me disse, organizado por Sheila Dryzun. Nele alguns leitores, todos conhecidos pelo trabalho que desenvolvem nas artes, em outras áreas do conhecimento ou do trabalho que desenvolvem em projetos sociais deixam suas impressões relacionadas à infância e ao livro O Pequeno Príncipe. O mais interessante é que nas últimas páginas o leitor também é convidado a deixar ali suas impressões sobre o Pequeno Príncipe e as lembranças de infância.

Este amigo supra citado parece saber o que vai na alma da gente. Certa vez, me disse que tinha intuições, disso já não duvido. Nas duas últimas semanas tenho pensado em uma "pessoinha" linda que encantou minha vida: minha vó.

Bem, a pedido do amigo que a todo custo quer me tornar aviadora, segue uma das muitas lembranças da minha infância:


“Toda pessoa grande foi criança um dia. Mas poucos se lembram disso” Saint-Exupéry


A sua benção madrinha. Esta era a mágica senha para adentrar no mundo da minha vó. Depois deste rito vinha o sorriso-sol que iluminava a todos; vinha algo para comer e beber, marca registrada do seu amor e caridade; vinha as histórias de família e a visita a fotos antigas dos nossos parentes; vinha a história do nome Flor de Maria, que ela jurava ser o dela, verdade que cri por muitos anos até descobrir ser ela apenas e simplesmente Maria Francisca. Mas era tão bom sentir em suas palavras o orgulho de ter o nome da virgem somado ao flor. Era como se isso a tornasse parte dos seres divinos; vinha a viagem através do imaginário pelas formas das nuvens; vinham as rezas e a transmissão oral das verdades que ela jurava estar na Bíblia, as quais descobri ser umas verdadeiras, mas graças a Deus que outras faziam parte do imaginário popular.

Lembro-me do medo que sentia quando ela falava da maneira mais natural possível sobre o fim do mundo. Sentávamos, alguns primos e eu, ao seu redor, ávidos para comungar do seu conhecimento, mesmo sendo ela analfabeta. Por várias vezes, creio que depois de alguma “diabrura” nossa, ela nos falava de Deus, da criação do mundo, do dilúvio e do conteúdo do livro do Apocalipse, no qual segundo ela falava de como o mundo iria acabar e qual a data. Ela dizia: “Dois mil não interará. É o fim, tá escrito e deixado por Deus”. Eu ficava aterrorizada. E pensava em tudo que iria fazer até lá: quantos anos teria, em que série estaria, trabalhando em que, casada, com filhos... Por esta previsão passei alguns anos da minha infância a espera do fim dos tempos. Ficava muito triste por pensar em morrer jovem. E o pior, morrer queimada, pois ela dizia que “na primeira vez Deus destruiu o mundo com água, e desta vez seria com fogo”. Minha vó era uma sábia, e nunca duvidei de suas palavras, mas felizmente ainda estou aqui para contar esta história.

Bem, hoje troquei o Deus que castiga e destrói por um Deus que ama.

Sou uma adulta, graças aos estudos, meio racional. Mas graças a minha vó, a criança ingênua e crédula é metade de mim. E esta metade ainda traz muitas memórias da super vó: seu cheiro de alfazema, seu prazer ao beber coca-cola, o gosto do arroz com mandioca e abóbora cozidos na mesma panela (que nunca gostei), seu amor ao alimentar as lagartixas e os gatos, conversando com ambos, sua paixão pelas rosas...

Nunca deixo de visitar minhas lembranças de gente pequena, mas ao me deparar com este livro pude visitar as minhas e as de outros que também já foram crianças. Minha vozinha é uma das doces lembranças que revigoram esta alma, talvez seja porque muito em “Flor de Maria” se assemelha ao Pequeno Príncipe: duas crianças crédulas que a muitos cativaram.


* Explicando a foto:


Ao fundo a casa da minha vó na comunidade Gatos, zona rural do município. A pequena tampando os olhos e com uma vara na mão sou eu que por detestar tirar fotos queria matar o fotógrafo...Claro que ele não desistia e tirava assim mesmo. Mas eu também nunca desistia, e em outra foto não exposta estou com uma pedra para atirar nele. KKKKKKKKKK...Hoje os fotógrafos não correm mais este risco!




9 de abril de 2010

Convite


Lançamento de CONTOS FOLCLÓRICOS BRASILEIROS, de Marco Haurélio.

Data: 05 de maio de 2010
Horário: a partir das 19 horas
Local: Livraria Cortez
Endereço:Rua Bartira, 317, Perdizes, São Paulo-SP
Fone:(11)3873-7111

Não deixem de prestigiar. O autor conta com sua presença!