25 de fevereiro de 2010


Saudade é uma palavra que vive em mim, aliás, me devora de todas as formas e em vários ângulos...Saudade de quê? Dos que estão longe...e também de mim: do que não fui e do que não serei...



"Sonho. Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me. Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,
Minha alma não tem alma.
Se existo é um erro eu o saber. Se acordo,
Parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero nem tenho nem recordo.
Não tenho ser nem lei.
Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
Coração de ninguém."
- FERNANDO PESSOA -

10 de fevereiro de 2010

Carnavais. E vais? Não vou.


“Ó abre alas que eu quero passar

Ó abre alas que eu quero passar”

Carnaval????




Apesar de ser brasileira e baiana, moro em uma cidade que pouco fala em CARNAVAL.

“Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil”


Na minha infância ficava eufórica com a possibilidade de participar do carnaval. Participei de alguns. Me lembro do gosto da roupa nova, dos enfeites, das músicas.


“Bandeira branca amor
Não posso mais
Pela saudade que me invade
Eu peço paz”


Mas hoje, confesso que não ter carnaval por aqui é um alívio. Eta sossego!


“Você pensa que cachaça é água
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão.”


Temos outras festas grandes: Aniversário da cidade, por exemplo, que é totalmente desprovida de eventos culturais.


“Sassassaricando

Todo mundo leva a vida no arame

Sassassaricando

A viúva o brotinho e a madame

O velho na porta da Colombo

É um assombro Sassaricando”


Temos uma cultura perdida... inversa ao crescimento social, atropelada pelas descobertas e necessidade dos meus contemporâneos.


“Ei, você aí!
Me dá um dinheiro aí!
Me dá um dinheiro aí!”


Todos buscam o consumismo, são adeptos do imediatismo. Mas poucos buscam o que é duradouro.


“Se a canoa não virar olê olê olá Eu chego lá”


Sou uma saudosa, é fato. Mas como eu, existem muitos outros!


“Ó jardineira porque estás tão triste Mas o que foi que te aconteceu”

Sem mais o que dizer, digo: inundações para uns, neve para outros, gente implorando calor e sol, e aqui sem chuva, água escassa, imploramos a chuva. (às vezes, é preciso sair do contexto).


“Mas que calor, ô ô ô ô ô ô”