18 de junho de 2012

A idade do vexame, de Cesar Cruz


O que faz uma casquinha de banana na capa de um livro? Deve estar ali esperando algum desavisado pisar, escorregar e cair. Tai: vexame para quem vai ao chão e riso para quem observa. E quem não escorregou nessa casquinha que o Cesar Cruz deixou caída na capa do seu A idade do vexame?
Cesar cruz é um escritor paulista que traz em seu currículo “O homem suprimido”, seu primeiro livro, e uma infinidade de  contos, crônicas e artigos publicados em antologias de novos escritores, sites, jornais e rádio. Atualmente mantém o blog os causos do cruz (www.oscausosdocruz.blogspot.com), além disso mantém uma coluna semanal há mais de três anos no jornal Cambuci e Aclimação, de São Paulo.
O Cesar começa seu livro clareando as idéias do leitor sobre a crônica, este gênero textual ainda muito confundido com o conto. E só na sequencia começa fazer fofoca. Sim, porque como ele mesmo diz “todo cronista é um fofoqueiro literato”. Se ele faz fofoca, a gente adora, pois amamos saber da vida alheia ainda mais regada a vexames.
No primeiro conto, ele começa chamando a atenção dos quarentões, afirmado ser esta a Idade do vexame. Essa idade intermediária em que o homem perambula perdido, pois não é mais aquele jovem e ainda não é um velho. Como agir durante esse período? Quais os vexames cometido? O Cesar que é um quarentão,  nos conta as peripécias desse sujeito, além de nos brindar com sua infalível receita para  tentar fugir da idade que tem. Inevitável mesmo é o riso no final.
Como toda e qualquer situação pode virar uma crônica, a família do Cesar se faz presente em algumas crônicas. Volta e meia vamos nos deparar com a Vanessa ou com a  Michele:  em Uma rara sensibilidade a Vanessa demonstra seu lado humano,  mais adiante se vê obrigada a aguentar a neurose de um careca que se descobre  no mundo sem um xampu. A Michele, a filha “super fofa” de um pai babão, provou que para que uma criança tenha limites e bom-senso é preciso um pai firme. Não é mesmo, Michele?  E é justamente por ser um pai atuante que rolei de ri quando o Cesar foi ao shopping levar a “Mi” para comprar sapatos novos.
E é de um jeito irreverente que o autor vai conduzindo-nos neste seu e nosso cotidiano repleto de vexames como:  as relações de amizade mantidas via redes sociais, a necessária paciência para os atendentes de telemarketing, os convites para inauguração de restaurantes, entre outras situações, nesta coletânea de quarenta e seis crônicas.
Aos leitores do Pesponteando, fica o convite à leitura de “A idade do Vexame”, pois basta ler para se dar conta de que já vivemos ou, para os que nunca assumem seus vexames, conhecemos alguém que já passou por algo semelhante e/ou igual. Mas aí já é tarde. Já lemos as crônicas, já rimos, gargalhamos ou refletimos sobre a nossa ridícula condição de personagens patéticos nesse livro chamado vida.

Obras:

O Homem Suprimido” – Scortecci – 2010
A Idade do Vexame & Outras Histórias” – Pontes – 2011.

Leiam aqui uma crônica: A minha experiência gay

Onde  comprar:


Lembro aos leitores que o livro é mais facilmente encontrado na Livraria Cultura com entrega para o Brasil todo. Quem preferir, pode enviar um email e compre diretamente com o autor (autografado) (cancruz@terra.com.br).