Eis minha atual leitura:
Apesar de alguns livros literários me chamando de forma sedutora, iniciei o ano com algo mais voltado para pesquisa e teoria. Este é o livro lançado recentemente por meu orientado:
Já tenho algumas páginas lidas e degustadas. É fascinante como a mesma História que praticamente exclui a mulher de uma participação ativa na sociedade, repensa sua forma de tratar os vários segmentos e sujeitos sociais, e os coloca de volta nas novas-velhas páginas. Via Celsina, conheço um sujeito forte, de ação e pulso firme, uma figura do sertão brasileiro, que sem alarde, nas ações cotidianas (familiares, sociais, filantrópicas, econômicas, entre outras) destaca-se silenciosamente. O sertão é seu espaço de poder e luta contra as adversidades da vida. È preciso frisar que Celsina não assemelha-se a Maria Bonita, é uma moça de família de posses que obedecendo ao pai, visando o interesse político deste, casa-se com o rapaz que ele determina, tempos depois fica viúva...e toma a rédeas da vida.
É pelas cartas de Celsina que Marcos Profeta evidência o fazer feminino, clarifica a participação da mulher para aqueles que pouco enxergam. Sutilmente descortina um sujeito-fio de uma rede de uma complexa tessitura invisibilizada que aos poucos e graças ao esforço de pesquisadores como o referido autor, estão descobrindo o que, por tanto tempo, a História oficial, fazia questão de encobrir.
A mulher luta e atua de diversas formas: com arma ou caneta nas mãos, cozinhando ou rasgando sutiãs, nos afazeres domésticos ou no trabalho fora de casa, gritando ou em silêncio. Dentro dessa diversidade que diverge e converge para o mesmo ponto, Celsina, mostra-se uma grande mulher sertaneja e propicia, a esta leitora, ainda mais paixão pelo universo das mulheres sertanejas.
Rumo á monografia...rsrsr
Já tenho algumas páginas lidas e degustadas. É fascinante como a mesma História que praticamente exclui a mulher de uma participação ativa na sociedade, repensa sua forma de tratar os vários segmentos e sujeitos sociais, e os coloca de volta nas novas-velhas páginas. Via Celsina, conheço um sujeito forte, de ação e pulso firme, uma figura do sertão brasileiro, que sem alarde, nas ações cotidianas (familiares, sociais, filantrópicas, econômicas, entre outras) destaca-se silenciosamente. O sertão é seu espaço de poder e luta contra as adversidades da vida. È preciso frisar que Celsina não assemelha-se a Maria Bonita, é uma moça de família de posses que obedecendo ao pai, visando o interesse político deste, casa-se com o rapaz que ele determina, tempos depois fica viúva...e toma a rédeas da vida.
É pelas cartas de Celsina que Marcos Profeta evidência o fazer feminino, clarifica a participação da mulher para aqueles que pouco enxergam. Sutilmente descortina um sujeito-fio de uma rede de uma complexa tessitura invisibilizada que aos poucos e graças ao esforço de pesquisadores como o referido autor, estão descobrindo o que, por tanto tempo, a História oficial, fazia questão de encobrir.
A mulher luta e atua de diversas formas: com arma ou caneta nas mãos, cozinhando ou rasgando sutiãs, nos afazeres domésticos ou no trabalho fora de casa, gritando ou em silêncio. Dentro dessa diversidade que diverge e converge para o mesmo ponto, Celsina, mostra-se uma grande mulher sertaneja e propicia, a esta leitora, ainda mais paixão pelo universo das mulheres sertanejas.
Rumo á monografia...rsrsr
"Este livro aborda a correspondência
epistolar e as sociabilidades de Celsina Teixeira, uma fazendeira do
Alto Sertão da Bahia, entre 1901 e 1927. Traz uma contribuição
fundamental para os estudos das relações de gênero no Brasil, ao
elaborar com sutileza o seu espaço de autonomia, ocultado pelo discurso
ideológico dos papéis prescritos para as mulheres de elite. Marcos
Profeta demonstra uma extraordinária vocação para a interpretação
histórica ao nos revelar os parâmetros nos quais Celsina Teixeira se
enquadrava e através de que silêncios e ocultamentos exercia sua
vontade, sua energia de administradora dos negócios e de mulher atuante
na política local. É interessante como, justamente através da palavra
escrita, o autor faça com tanto sucesso a crítica dos valores culturais
que atribuíam às mulheres espaços pouco privilegiados na sociedade.
De leitura muito agradável, este livro revela também as qualidades intelectuais de um pesquisador feminista, o que por si só já surpreende, mas não tanto quanto nos causa impacto o seu modo peculiar de escrever aprofundando as contradições das cartas, reveladoras da vida de grandes desafios econômicos das famílias de elite do sertão, da enorme pressão representada pelas secas e pelo clima inóspito e imprevisível da região, a exigir de uma mentalidade tradicional e religiosa imensa capacidade de improviso.
O autor, a partir de uma escrita apurada e ao mesmo tempo extremamente sensível para com os indícios mais tênues e às frases as mais reveladoras, procede a um exercício de interpretação arguto e ardiloso. Concentra-se em minúcias dos textos das cartas, demora-se em pequenas frases, referências sutis. Inspirado pela epistemologia feminista e pelos textos inovadores de Michel de Certeau, extrai das correspondências os indícios das tensões e dos não ditos que perfazem o espaço da autonomia do indivíduo, em meio às exigências do quotidiano e das amarras do grupo familiar.
Profa. Dra. Maria Odila Leite da Silva Dias
Sobre o autor: Marcos Profeta Ribeiro nasceu em Pindamonhangaba (SP), em 1973. Formou-se em História na Universidade de São Paulo em 1998. Defendeu seu mestrado, que originou esse livro, em 2009 pela PUC-SP, sob orientação da Profª Drª Maria Odila Leite da Silva Dias. Professor assistente do curso de História do Departamento de Ciências Humanas da Universidade do Estado da Bahia, campus VI – Caetité, onde atua na área de Teoria da História e Pesquisa Histórica. Dedica-se às pesquisas sobre relações de gênero no Alto Sertão da Bahia. Integra a coordenação do Arquivo Público Municipal de Caetité e faz parte do Grupo de Pesquisa Cultura, Sociedade e Linguagens – CNPq."
De leitura muito agradável, este livro revela também as qualidades intelectuais de um pesquisador feminista, o que por si só já surpreende, mas não tanto quanto nos causa impacto o seu modo peculiar de escrever aprofundando as contradições das cartas, reveladoras da vida de grandes desafios econômicos das famílias de elite do sertão, da enorme pressão representada pelas secas e pelo clima inóspito e imprevisível da região, a exigir de uma mentalidade tradicional e religiosa imensa capacidade de improviso.
O autor, a partir de uma escrita apurada e ao mesmo tempo extremamente sensível para com os indícios mais tênues e às frases as mais reveladoras, procede a um exercício de interpretação arguto e ardiloso. Concentra-se em minúcias dos textos das cartas, demora-se em pequenas frases, referências sutis. Inspirado pela epistemologia feminista e pelos textos inovadores de Michel de Certeau, extrai das correspondências os indícios das tensões e dos não ditos que perfazem o espaço da autonomia do indivíduo, em meio às exigências do quotidiano e das amarras do grupo familiar.
Profa. Dra. Maria Odila Leite da Silva Dias
Sobre o autor: Marcos Profeta Ribeiro nasceu em Pindamonhangaba (SP), em 1973. Formou-se em História na Universidade de São Paulo em 1998. Defendeu seu mestrado, que originou esse livro, em 2009 pela PUC-SP, sob orientação da Profª Drª Maria Odila Leite da Silva Dias. Professor assistente do curso de História do Departamento de Ciências Humanas da Universidade do Estado da Bahia, campus VI – Caetité, onde atua na área de Teoria da História e Pesquisa Histórica. Dedica-se às pesquisas sobre relações de gênero no Alto Sertão da Bahia. Integra a coordenação do Arquivo Público Municipal de Caetité e faz parte do Grupo de Pesquisa Cultura, Sociedade e Linguagens – CNPq."
5 comentários:
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Que bom que gostaram do livro, fiquei bastante contente com o breve comentário. Ao estudar as cartas de Celsina Teixeira pude entrever as ações de diversas mulheres no alto sertão baiano. São trajetórias de vida super instigantes.
Muito feliz com sua presença por aqui. O livro permite uma viagem no tempo, apresenta a força da mulher sertaneja e deixa em nós a curiosidade em ler as cartas. Volte sempre!
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