1º
Marco Haurélio
e José Santos, estão com novo livro, o "Palmeirim de
Inglaterra" (FTD), livre adaptação do romance de cavalaria escrito por
Francisco de Morais no século XVI.
Nesta obra você conhece a história do cavaleiro
andante Palmeirim de Inglaterra e seu irmão Floriano do Deserto, filhos da
princesa Flérida e de Dom Duardos, herdeiro do trono inglês. A aventura começa
quando Dom Duardos fica prisioneiro do gigante Dramusiando. Os dois irmãos
vivem longe da mãe e só se reencontram depois de adultos. Seguindo caminhos
diferentes, viajam à procura de Dom Duardos, sem saber que são irmãos.
Trecho:
Os cavaleiros andantes
Os cavaleiros andantes
Contra o
mal moviam guerra,
Por isso são conhecidos
Nos quatro cantos da Terra,
Como aquele a quem chamavam
De Palmeirim de Inglaterra.
Palmeirim era um guerreiro
Que nunca enjeitou contenda,
Mediu forças com gigantes
E seres de face horrenda,
Por isso acabou entrando
Para os domínios da lenda.
Com sua possante espada
E uma brilhante armadura,
Cheio de brio e coragem,
Companheiro da aventura,
Tinha no seu coração
Lugar também pra ternura.
Só que essa história precisa
Ser contada do começo,
Falando dos personagens,
Sem cometer tropeço.
Qualquer descuido que seja
Vira o cordel pelo avesso.
Seu pai era Dom Duardos,
Herdeiro do trono inglês,
Genro de outro Palmeirim,
Que também, por sua vez,
Gravou seu nome na história
Pelas proezas que fez.
Filho do bom rei Fradique,
Senhor da coroa inglesa,
Dom Duardos se casou
Com Flérida, uma princesa,
Que era rival de Afrodite
Quando se fala em beleza.
Por isso são conhecidos
Nos quatro cantos da Terra,
Como aquele a quem chamavam
De Palmeirim de Inglaterra.
Palmeirim era um guerreiro
Que nunca enjeitou contenda,
Mediu forças com gigantes
E seres de face horrenda,
Por isso acabou entrando
Para os domínios da lenda.
Com sua possante espada
E uma brilhante armadura,
Cheio de brio e coragem,
Companheiro da aventura,
Tinha no seu coração
Lugar também pra ternura.
Só que essa história precisa
Ser contada do começo,
Falando dos personagens,
Sem cometer tropeço.
Qualquer descuido que seja
Vira o cordel pelo avesso.
Seu pai era Dom Duardos,
Herdeiro do trono inglês,
Genro de outro Palmeirim,
Que também, por sua vez,
Gravou seu nome na história
Pelas proezas que fez.
Filho do bom rei Fradique,
Senhor da coroa inglesa,
Dom Duardos se casou
Com Flérida, uma princesa,
Que era rival de Afrodite
Quando se fala em beleza.
2º
Passeando
em Sampa com Mário de Andrade
Um olhar apaixonado sobre uma
obra apaixonada. O resultado são estas milhares de linhas/trilhos que conduzem
o leitor aos bondes da São Paulo da garoa, aos lampiões a gás, levando-o a
acompanhar sensorialmente a construção do Teatro Municipal, da Catedral da Sé,
do Edifício Martinelli, ao lado de transeuntes de terno, gravata e chapéu no
centro velho da cidade; mulheres à la française, à sombra dos primeiros
arranha-céus, ouvindo os ruídos dos primeiros automóveis importados e o gemido
cada vez mais rumoroso de uma Pauliceia que engatava marchas em direção a uma
loucura que se desenhava e se redesenha até hoje. O que diria Mario de Andrade
se visse a São Paulo atual do alto do Pico do Jaraguá, onde pedira, em
testamento poético, que os seus olhos fossem sepultados?
Aleilton
Fonseca disseca a obra e a alma do famoso escritor, acrescentando pontos de
vistas surpreendentes. Se você nunca leu Mário de Andrade ficará com vontade de
ler. E se já leu fará uma nova leitura, uma redescoberta. De maneira elegante,
Aleilton se coloca em segundo plano para elevar Mário de Andrade à altura que
ele merece. Os dois se merecem e se incorporam na busca de compartilhar o
sentimento e a poesia com seus semelhantes. Mário, frisa o autor, “procurava
incorporar-se ao coletivo, como forma de destruir em si o egoísmo das
distinções particulares, despojando-se dos valores que o tornam um indivíduo só
e solitário”.
Aleilton
nos oferece uma prosa poética juntando fotos antigas da cidade a excertos da
obra do modernista. Uma das fotografias mostra passageiros sentados de costas
num bonde, talvez o mesmo em que Mário um dia se sentira sozinho ao escrever: “O
bonde está cheio/De novo porém/Não sou mais ninguém”. Ao exprimir a cidade em
versos, o poeta modernista procurou “domá-la, pô-la nas rédeas da linguagem, de
novo humanizá-la, tornando-a inteligível, transparente ao sentimento humano”,
acentua o autor, acrescentando que as críticas e os elogios do poeta a São
Paulo são puros atos de amor.
Pegue o
bonde, então, caro leitor, e vai conversando com Aleilton Fonseca e Mário de
Andrade. Não se assuste se você vir passar um veloz Metrô ao largo. Compare as
duas metrópoles, mas volte para o presente. Pode doer. Volte devagarinho.
Jaime
Pereira da Silva (Jornalista)
Marciano Vasques vem nas asas de O voo de Pégaso e outros mitos gregos. Volta e meia, 108 p.
A mitologia greco-romana é
um patrimônio cultural da humanidade. Mesmo que os antigos deuses não sejam
mais cultuados, sua presença na literatura e nas artes será sempre motivo de
inspiração para os artistas. E os heróis e heroínas, que desafiavam destinos
injustos e pagavam um alto preço? Estão presentes na tradição oral de muitos
povos. Basta lermos com atenção a lenda de Eros e Psiquê para notarmos que se
trata da versão escrita mais antiga do conto popular A bela e a fera. E o voo
de Pégaso não simboliza, em qualquer época, a inspiração poética? Dez dos mais
belos relatos da mitologia clássica foram recontados por Marciano Vasques e
reunidos neste livro. Viaje, você também, nas aventuras de heróis que tentam
desafiar o próprio destino em um mundo em que os deuses, muitas vezes, pecavam
por excesso de humanidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário