Tenho borboletas em mim
Tenho uma tristeza borboleteando em mim.
Há tempos em que metamorfoseia-se,
Dando-me ares de contentamento.
Tal alacridade é pura e simples pintura,
É traje de penitência oculto entre serpentinas carnavalescas.
Entre faces e disfarces sou Pessoa,
Cheio de tantos “eles”
Que causaria, a outros, cobiça,
Não a mim
Cheia de tantos “eus”.
...
Ando em tempos por bailes venezianos,
Por “curvaturas circulares serpenteantes”
Entre olhos e cones:
Num instante estou,
No outro, não.
Nesse palco, às vezes, clarificado
Sou uma personagem cledsoniana
Narrada a um certo cientista
Tão insano quanto eu.
Sou o ser que não é, sendo o que é
Milagre, miragem, ilusão de óptica.
...
Queria o não tido
Sem ter tido
Sentir
Sentido
A máscara caída...
A maquiagem enodoada...
A personagem concreta...
A profundidade que abarca o objeto
Quando os dois olhos vêem...
...
Neste limiar noturno
Sem asas cintilantes,
Nem asas
Tento desesperadamente sair do casulo
-Paula Ivony Laranjeira (em Fevereiro de 2010)-
6 comentários:
Olá Paula, passei só para conhecer. Volto para uma leitura merecida. Abraços, Fatima.
Muito lindo esse seu poema que convida à reflexão.
"Queria o não tido
Sem ter tido
Sentir
Sentido
A máscara caída...
A maquiagem enodoada...
A personagem concreta...
A profundidade que abarca o objeto
Quando os dois olhos vêem.."
Bjs, Paula. Obrigada por sua visita e comentário. E inté!
Oi, Paula:
Somos tristezas, alegrias, desesperados dirigindo nossas loucuras, nossas ânsias... mas vamos vivendo e tomando de tudo um pouco, em doses homeopáticas para agüentarmos o ‘tirão seco’ com que a vida nos presenteia.
Bjos, amiga, meu carinho.
Tais luso
Realmente Tais, somo esse misto de sentimentos e sensações. E sempre q um aparece em demasia, o outro surge p ponderar.
obrigada a todas pelo carinho...
Ser um, ou ser outros...? Eis a questão...
Paula, fiquei muito feliz quando vi seu comentário no meu blog! Adoro seus textos. Parabéns pelo belo trabalho.
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