Ocupo-me
nesse políptico (oito quadros) das questões do tátil e do háptico. O suporte é
de madeira, aquelas tábuas de pinho para obras. São diversos os comprimentos,
de 40 cm a 60cm, e a altura uma só, 30cm. Não tratei a madeira. Deixei-a crua,
com as marcas dos veios e das nódoas. Em uma parte pintei um colorido no qual
se manifesta o cinza sempiterno. Na outra uma cor, um
rosa, por
exemplo, não me importando em relacionar as duas pelos princípios de
proporcionalidade que se dá às formas, ou seja, aqueles princípios vasarianos.
Lidei, portanto com os valores táteis do suporte, que fica bem evidente que é
um pedaço de uma tábua. Apesar de pintadas vê-se que é madeira não tratada para
outro fim senão o de servir para armação de concretagem em obras de construção.
A pintura em rosa não vela os veios e as nódoas. As laterais não foram
pintadas, nelas percebe-se a madeira. Mas a cor pintada chapada nos leva ao
conceito de cor abstrata substantiva, em apenas duas dimensões, e assim os
valores hápticos se manifestam.
Vou
continuar estudando essas questões que se tornaram possíveis quando defini a
cor abstrata substantiva e concreta adjetiva. A primeira é uma idéia platônica
e está ligada à linguagem verbal, tem somente duas dimensões e é fixa na sua
coloração. A concreta adjetiva é multidimensional, e está sempre se rompendo
por ação de sua oposta ou por contraste com outras cores e sua condição é ser
no colorido. Uma é interna e atemporal e a outra externa e temporal.
José maria Dias da Cruz - Agosto de 2012
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